quarta-feira, abril 16, 2008

Diário de viagem de um Parayba – Parte 6

24-12-2006 – A Evolução do Natal Sergipano (ou ao menos o começo da evolução)

Nos anos 80 as festas de final de ano eram celebradas com base na programação da TV Globo! Afinal: “Hoje a festa é sua, hoje a festa É NOSSA...”. Ano à ano geral se preparava para “As Tantas Emoções” de Roberto Carlos Especial. Passado 16 anos o mundo capitalista chegou a Sergipe, e as tradições natalinas que a meu ver são sem significados, agora fazem parte das tradições locais.

Na manhã de natal, fui com meu primo Mauricio no Conj. Habitacional Sta. Tereza visitar minha casa, porém, o atual morador não estava e por conta disso não pude entrar na MINHA CASA. Era de certo modo estranho olhar o muro da minha casa e ver que o mesmo era pequeno comparando as lembranças dos anos 80. Entre as memórias uma pichação de minha autoria onde escrevi “PUNK”, com tinta óleo e um pincel, que já não era mais visível naquele muro. Conversamos com Dona Socorro a vizinha da casa e famosa em todo o Conj. pela sua fama de manter as ruas próximas das nossas casas limpas, sua fama lá é tão grande que acredito que a COMLURB aqui no Rio já a teria usado como garota propaganda. Fui à casa de um amigo conhecido como Neném e famoso pelas suas “ESTÓRIAS”, como JACARÉS COM MAIS DE 50 METROS, BRIGAS ESPETACULARES, COBRAS INFINITAS... Neném foi parceiro e/ou presenciou um monte das merdas que fiz nos anos 80 pela Sta Tereza. Quem leu esse blog em seu início deve lembrar que contei que tive uma banda chamada “Nojentos”, era ele o guitarrista e hoje ele toca gaita e tem uma banda de Blues. Conversando com a irmã e a mãe dele, fiquei sabendo que ele casou e é pai de gêmeos, deixei o meu contato para ele me ligar, mas acabou que não conseguimos nos falar e só há alguns meses ele me achou no Orkut. Um fato curioso foi à mãe dele contando que fui reconhecido na TV por várias pessoas do bairro, ela não soube precisar que evento foi, mas falou algo relacionado à um jogo ou evento de grandes proporções.

Saindo da minha casa fomos numa rua vizinha na casa de uma familia que eram nossos vizinhos na já mencionada R. Arnaldo Dantas em 1980. O caçula da família foi um dos primeiros amigos de infância e hoje é musico da noite, tendo inclusive realizado shows aqui no Rio em confraternizações de final de ano e até numa empresa de Campo Grande/RJ(acho que foi a Michellan). Algumas pessoas no bairro olhavam-me de forma curiosa do tipo “Será que é ele?”, acenava para alguns que reconhecia(ou achava conhecer), inclusive o irmão ciumento de uma garota que dei uns beijos no passado a quem chamava de Pepe-Pimentinha em homenagem ao desenho do Snoop.

Saindo do conj. passamos pelo Col. Fênix cuja dona é minha amiga e sempre mencionada aqui no RJ como “Ex-futura-namorada”. Notei uma das portas aberta e resolvi ver se ela estava lá. Não havia ninguém e dias depois soube que a porta nunca era fechada.

Formos ao supermercado e no caminho passamos em frente ao palco que estava sendo montado para o Pré-Caju 2007 evento máximo da AXÉ-MUSIC(que nojo) em Sergipe.

Já era noite quando recebi uma mensagem de feliz natal pelo Celular de uma menina que levaria para cama já em minha primeira noite de volta ao Rio. Aos poucos alguns parentes e amigos chegavam à casa da minha Tia Evania, mas o destaque foi o encontro com minha Tia Dete, a mais conservadora de todas as Tias(os), e de todos os tempos. Nos anos 80 ela pegava no meu pé legal, hoje os tempos passaram e não estou nem aí para o conservadorismo dela e ela não está ai para meu livre-arbítrio.

Em uma mesa eu, ela Vinícius, Ricardo Pequeno e Tayane, o papo fluía descontraído, regado a muita coca-cola e girava em torno das minhas traquinagens do passado(até as do presente), da violência no Rio onde sempre defendia o Rio, fotografia(falei que fotografo para as Revistas Rock Press, Igreja Nova Vida... ela é evangélica e achou curioso Rock & Religião, unidos na minha profissão), e claro meus estudos, nessa hora aconteceu um comentário mais ácido que nem dei atenção, mas que dias depois fiquei sabendo que um dos meus primos tinha se magoado com o que foi dito a minha pessoa. Ela comentou que não imaginava que um dia eu tomaria gosto pelos estudos e chegando à faculdade. Respondi que continuo sem gostar de estudar e que a verdade é que gosto de aprender, ler, mas não da OBRIGAÇÃO de estudar.
Com descontração fomos para a ceia em seguida para o 2ºAndar da casa e acabei cochilando no sofá, porém lembro que minha prima Cíntia e meu Tio Galo chegaram e até fui FOTOGRAFADO DORMINDO.

25 12 2007 – Aracaju conhece a minha famosa Pipoca!
O dia foi marcado pela visita das primas Ingrid e Jamile(filhas do Tio Galo) que foram passar o dia com a gente(Eu, Ricardo Pequeno, Tayane, Vinicios...). Jamile foi umas das primas que praticamente não vi crescer, era muito pequena quando saí de Aracaju. À tarde alugamos uns filmes. Escolhi a nova versão de Poiseedon em nome dos anos 80 quando os tios e primos sempre assistiam à primeira versão e achei justo manter as tradições da família e apresentar o Remake para a Nova Geração. Entre os outros filmes estava Espíritos(Em nome da fotografia). Quando tomei a iniciativa de fazer a pipoca tomei conhecimento que não existia o Pó-Magico na dispensa da casa e tivemos que ir comprar, claro que comprei tal pó escondido. A fama da minha Pipoca Verde já havia chegado à Aracaju, tive a certeza quando minha prima Tayane comentou que minha irmã havia feito explanações positivas sobre o meu maior dom culinário.
Geral tentou descobrir o que coloquei na pipoca, teve até gente acertando, mas O PODER MICHAEL de persuadir fez com que elas ficassem na dúvida se de fato era o tal produto citado. Todos zoaram na sessão de filmes e ao final de Espíritos, iniciei uma pequena guerra de almofadas e depois as outras meninas foram lavar a louça(ou apenas olhar quem lavava a louça), e segundo Ricardo Pequeno as mulheres tinham que lavar a louça para pagarem o que comeram.
Finalizando a noite as meninas foram visitar o Orkut alheio para saber das fofocas e ficamos zoando as lamentações delas ao encontrar fofocas indesejáveis.

26 – 12 – 2006 – Shiley, Isolina, Conj Sta Tereza
Pela manhã minha Tia Sonia me avisou e ao meu primo Vinicius para esperamos pela visita da minha prima Shiley que estava de passagem por Aracaju, e ao saber da minha presença queria me ver e ao seu irmão.
Shiley tem uma diferença de 2 ou 3 anos mais nova que eu. A mesma casou-se e foi morar em Penedo(AL). Conheci seu marido, sua filhinha e a mesma já apresentava uma linda barriga já que estava novamente grávida. Conversamos um pouco e descolamos uma carona com eles para irmos(eu e Vinicius) entregar a encomenda da Tais, uma amiga do Vinicius, que veio morar aqui no Rio pertinho da minha casa e me pediu para entregar uns presentes para uns parentes dela em Aracaju. No carro, Shiley ficou fascinada com a história do meu romance com Julie(a Americana que conheci no show dos Stones, em Copacabana). Ela ria muito ao saber que meio que namorei por 1 mês uma americana que não falava a minha língua e que também não falando a dela.
Chegamos à casa do Primo da Taís, trocanmos uma idéia com ele e em seguida voltei para casa, e Vinicius foi para Campo do Brito.

À tarde, meu destino era novamente o Conj. Sta. Tereza, dessa vez para reencontrar a tal “Ex-futura-namorada”. Ela me explicou pelo tel que sua atual casa ficava numa área próxima ao Sta. Tereza e em frente ao Aeroporto. Essa área era um sítio na época que morei em Aracaju e que aos poucos foi virando um monte de casas e até outros conjuntos nos 16 anos que estive fora.
Procurei a tal casa, pedir umas informações e acabei achando a rua, onde umas crianças brincavam, ainda não sabia, mas 3 dessas eram os filhos de Isolina e Cida. Cheguei à casa de Cida e ela não me reconheceu logo de cara, mas após os comprimentos ofereceu-me um suco de cajú(ou de alguma fruta típica do nordeste) e ficamos conversando na porta de sua casa sobre os 16 anos que se passaram.
Isolina estava dando aula em uma escola pública num bairro vizinho chamado Mosqueiro(O ano letivo escolar continuava firme e forte nas escolas públicas de Sergipe) e ligou pedindo que a esperasse. Minutos Isolina e seu marido chegaram, mesmo ela dentro do carro percebi que a mesma estava eufórica ao me rever. Passados os cumprimentos fomos à sua casa e colocando o papo em dia, a noite foi chegando e ela teria que ir dar aula numa escola pública do Sta Tereza e me convidou para ir com ela e seu marido. Acompanhei os dois e fiquei com seu marido batendo papo no carro enquanto ela dava uma rápida aula. Como o cara ouvia rock nos anos 80 o papo não poderia ser outro.

Voltamos para o jantar e minha fama de “Michael Pão” prevaleceu! Mas assim com no Rio em Aracaju não tem ônibus circulando a noite toda por alguns pontos da cidade, mesmo que esse ponto seja EM FRENTE AO AEROPORTO, chegou minha hora de ir ralar peito, mas prometendo voltar ao Sta. Tereza.

No próximo capitulo:
Comidas típicas à rodo na autêntica Feira dos Paraybas, Cerimônia com a Associação Olímpica Itabaiana, Beijo na Boca, primeiras noites dormidas em Itabaiana, ITABAIANA 0 X 2 Atlético de Alagoinhas(BA), Ônibus incendiado...
NAMASTÊ
MICHAEL MENESES!