sexta-feira, novembro 28, 2008

Diário de Viagem de um Parayba – Parte 10

29 – 12 -2006 – Finalmente um festival de rock sergipano!
Fim de tarde em Itabaiana. Tomei o rumo de Aracaju, empolgado pelo AJU ROCK FEST 2 da noite que estava chegando. Seria o primeiro festival de rock em Sergipe 16 anos após ver os brasilienses BSB-H (Banda crossover dos anos 80/90) no Rock In Bica 3 que aconteceu no Festival de Artes de São Cristóvão/SE (3ª cidade mais antiga do Brasil) em 22/12/1990 e dias antes de voltar para o Rio. O fato de saber do AJU ROCK FEST quase um mês antes de ter a certeza de ir a Aracaju, colocou o evento em minha programação e estava bastante eufórico pela noite. Era um encontro tipo: “Criador (Cena Rock Sergipana) e Criatura (Eu)”!
A Cena Rock Sergipana Cresceu!
O Rock in Bica marcou, por ter sido meu último encontro com boa parte da cena Rock Sergipana, pois passado o show do BSB-H tive pouco contato com a cena e em menos de uma semana estava partindo em busca de um sonho chamado Rock in Rio 2. A idéia inicial era só o festival, mas sempre existiu o desejo em voltar a morar em minha cidade natal, o que acabou acontecendo.

Cheguei a Aracaju no início da noite desci do ônibus perto da Rádio/TV Aperipe (filiada a TV Cultura). Fui caminhado pela AV. Rio de Janeiro até a casa da minha tia, faltando umas 3 quadras para chegar tropecei num barbante e cai bonito, aliás bonito não, cai feio, fui catando cavaco e aranhei perfeitamente os joelhos, proporcionando um belo estrago. Tomei banho, fiz curativo nos joelhos e fui ao encontro do Adelvan no mesmo Bat-Ponto-de-Encontro e seguimos ao AJU ROCK FEST. No carro havia um outro rapaz indo ao show.


Se na virada das décadas de 80/90 um show com bandas locais em Aracaju lotasse um ônibus como disse com orgulho o meu falecido amigo José Mateus (o popular Bruxo), seria considerado casa cheia, agora a coisa estava no mínimo quadruplicada se comparadas àqueles tempos. Outra coisa que despertou minha atenção e até comentei com Silvio Campos, vocalista da Karne Krua, foi que antes dava para contar nos dedos as garotas atuantes no rock sergipano, agora o numero de garotas era bem maior.

O evento aconteceu na ATPN um clube localizado em frente à Praia de Atalaia e ao lado do SESC onde fiz natação e freqüentava a piscina nos anos 80. O evento já rolava e umas 4 bandas tinham tocado, pelo que lembro o Rotten Horror encerrava seu show quando cheguei. Hoje tenho contato com a banda pela rede. A ATPN era espaçosa e o público se dividia em variados estilos, só lamentei que não tivesse um representante heavy e/ou que o público presente não representasse diretamente o estilo, mas isso é o meu ponto de vista, que é a visão de quem defende a união de todos os ritmos do rock.

Triste Fim de Rosilene
A primeira banda que vi foi a Triste Fim de Rosilene, já conhecia de nome, mas não sabia que era de Sergipe, qual era o estilo e muito menos que a banda tinha uma mulher no vocal, achei seu show/som surpreendente.





Reencontrando um velho amigo - Fúria!
Entre um show e outro ficava perto do stand de cds do Silvio Campos ou degustando os hambúrgueres de soja do Stand do pessoal da Triste Fim de Rosilene. Em certo momento enquanto conversava com Adelvan vi uma figura de rosto familiar passar por mim, foi ai que o Adelvan comentou: “Você conheceu o Fúria, olha ele ai”?! Fui atrás do Fúria, bastou um tapinha em seu ombro para ele olhar para trás e me reconhecer na hora:

Fúria - “Michael onde tu tava esse tempo todo!!??”
Eu – “Estou morando no Rio desde 1991”
Fúria – E como eu não te achei lá!??”


Conheci Fúria no final dos anos 80, era e ainda é um sujeito engajado com o anarquismo, rock, poesia e artes em geral, dizia que nunca trabalharia para não beneficiar o capitalismo dos patrões, porem agora trabalhava num dos espaços mais legais de Aracaju, a livraria Poeysi. Lá aconteciam shows alternativos, venda de livros, HQs, cds, vinis e material artístico sergipano... Enfim um lugar tudo a ver com ele. Nota: Infelizmente em meados de 2008 a Poyesi fechou as portas, uma pena, o local era show de bola, alias de cultura.

Fúria contou que morou um tempo em Nova Campina (Duque de Caxias/RJ), encheu a boca ao perguntar se eu tinha ido ao show do Napalm Death(2004). Afirmei, e ele indagou como não me viu. Até eu me perguntei! Seria fácil ter me visto, pois fotografei o show da beira do palco e em outros momentos sentado no palco de cara para o Barney(Vocal). Também tínhamos amigos em comum e embora eu nunca tendo ido, várias bandas de amigos meus tocavam direto em Nova Campina. Realmente não sei como não nos encontramos aqui no Rio.Fúria me apresentou sua então namorada e hoje ex-namorada, com certo orgulho de me apresentar como alguém que de certa forma viveu o início da consolidação da cena rock Sergipana no final dos anos 80 inicio dos 90.

Catarro(RN)
Dias antes do AJU ROCK FEST, o Athos Moura baixista do Ataque Periférico(RJ), comentou em meu flog: “Nossa, Triste Fim de Roselene e Catarro no mesmo show. FODA!” A banda saiu de Mossoró no Rio Grande do Norte na turnê “Sem Ter Onde Cair Morto” e percorreu parte do nordeste com um crust sujo e visual porra-louca. Ao final do set comprei a camisa da tour (valeu pelo desconto!) e recebi uma edição do Thashit Vol 1 compilação Zine/Cd com Catarro, XReverX e Ternura, a iniciativa do cd foi tão legal que mencionei na minha lista dos melhores cds do ano no Portal Rock Press. Alem disso tenho usado uma foto que fiz nesse show nas aulas de fotografia que leciono nos cursos da Estácio de Sá.Recentemente o Catarro fez uma tour pelo Brasil com dois shows no Rio, um deles no Parada Obrigatória em Bangu, logicamente não perdi.


Perdeu a Língua!
Das bandas que conheci no AJU ROCK FEST uma posso dizer ADOREI!! Essa foi o Perdeu a Língua. Ela honra seu o nome, por não ter vocalista, ou seja, é uma banda de rock instrumental para muito bacana. Recebeu meu voto de revelação do ano na minha seleção de melhores de 2007 na Rock Press.

Band of a Friend
Essa é mais uma banda com Babalu na bateria, músico que só nessa noite já havia tocado no Perdeu a Língua!, Triste Fim de Rosilene, na época ainda tocava na Karne Krua. Das bandas que vi no festival essa foi a que menos gostei, a banda não é ruim, só achei melódica demais para o meu gosto.

Snooze
Fazia anos que conhecia a banda, fitas demos e discos de fino bom gosto lhe proporcionaram boas resenhas ao longo de sua história nos mais variados veículos alternativos do Brasil. Coube ao Adelvan me apresentar aos caras da banda. Trocamos idéias sobre vários assuntos e recebi o então ultimo cd da banda. O show foi bem legal, e ainda ouvir um dos musicos levantar uma latinha de cerveja e dizer: “Tá quente, mas não ligo não, eu tomo café quente e não reclamo” Adorei, tanto que eventualmente falo isso.

Rockassetes
Outra Banda que só conhecia de nome. Rockassetes embora seja de Sergipe é radicada em SP, não cheguei a ver todo show. Hoje tenho um cd deles que descolei na Freedom (Loja do Silvio da Karne Krua). Embora ainda com publico a ATPN já apresentava espaços vazios, quando formos embora, na volta Adelvan deu carona ao Silvio e esposa.

Contatos
Nos anos 80 a FM Atalaia(SE) tinha um programa mela-cueca nas tardes de sábados onde ouvintes enviavam poesias para serem recitadas no AR. Por conta da ultima atividade do dia optei pelo titulo do programa nesse sub-titulo.

Ao chegar já de madrugada em casa entrei no MSN e recebi uma solicitação de adição no MSN. Reconheci o e-mail, mas não lembrava de quem era. Aceitei, ela se apresentou e GELEI com a descoberta... Para saber o antes e depois da historia leia: MULHERES À LA CARTE!

Aos que não querem saber da historia vou resumir. Quem acompanha os causos reais aqui no blog desde seu início(final de 2003) lembrar de uma fase em que amei, sofri, e passado o sofrimento veio o medo. Medo que durou bom tempo, sendo mais exato, só superado no último 15/10, exatos três anos e oito meses após do fim do namoro em 15/2/2004. A solicitação de MSN foi feita pelo relacionamento em questão. O resto da história ta no link acima.

NAMASTÊ
MICHAEL MENESES!