quinta-feira, janeiro 18, 2007

Live In Sergipe (Parte -1)

Diário de viagem - Domingo - 17/12/2006 - 3:47AM

Depois de um vou que saiu do Rio com um atraso de 1h e teve escala em Maceio, piso em Aracaju pela primeira vez em 16 anos. Aproveitando que o sol nasceu as 4:30AM o primeiro lugar visitado foi o Conj. Habitacional Sta Tereza que fica ao lado do aeroporto e onde morei meus últimos anos em Sergipe. Logo noto que mesmo com todos os desenvolvimentos em Sergipe nos últimos anos, tudo o que já conhecia havia encolhido, pois ao entrar na primeira rua do Conj. Tive a sensação que as ruas estavam pequenas e próximas umas das outras, tudo era perto, sentir isso por toda a minha estadia em Sergipe e isso foi reflexo dos costumeis adquiridos na cidade grande! Entrei na rua onde morei e continuei a me perguntar o porquê da rua está pequena!!! Passei pela minha casa e percebi que até o muro tinha encolhido. Ninguém nas ruas, afinal era 5 da matina de domingo, até que um velho morador do bairro veio em minha direção e vendo à bagagem disse:
- “Aposto que ta indo acampar!”
- “Não, na verdade acabei de chegar, morei naquela casa...”(Apontando para casa).
Foi ai que ele comentou que lembrava de mim e que havia conversado sobre o meu pai naquela semana com alguns moradores antigos. Ficamos conversando um pouco sobre vários assuntos: O bairro, Aracaju, Rio de Janeiro, política (-“O Lula mandou construir um monte de prédios ali atrás...”) e aproveitei para sondar outras coisas. Antes de pegar o Ônibus fiz umas fotos da rua e da minha casa.Fomos para o ponto de ônibus e ao chegar o ônibus o Senhor orientou o motorista a indica-me qual ônibus pegar para chegar a Av.Rio de Janeiro no Ônibus encontrei um conhecido que não me reconheceu, apresentei-me usando meu apelido(Super-Pão) e lembrando que trabalhei no Supermercado Jumbinho. O Jumbinho tinha a fama que seus funcionários não passavam de uma semana, e eu bati recorde, pois durei 1 ano, um exemplo foi esse cara que encontrei que durou uns 10 minutos e saiu dizendo que não dava para ele alegando que cansava muito ficar arrumando uma prateleira de sabão em pedra SENTADO!
Próxima parada - Terminal rodoviário da Zona Sul...
Em Aracaju as passagens custam 1.40R$ e os ônibus funcionam meio como um trem/metro, tipo se você não sai de dentro da estação (ou não descer do ônibus durante o seu trajeto) você não paga outra passagem podendo circular entre um terminal e outro com apenas uma tarifa o tempo que quiser. Partindo do Terminal Zona Sul, sigo para o Terminal do Destitro Industrial, perto dali existia a fabrica de instrumentos musicais Caramuru que no passado forneceu instrumentos para escolas de sambas do Rio, assim como foi a marca de Bateria usada pelo Sepultura na gravação do seu primeiro disco.Passados 16 anos e uma coisa continua em Aracaju, a semelhança das pessoas que entram e sai dos ônibus com as pessoas que entram e sai dos Trens e Metros aqui no Rio, tipo se ficar parada na frente da porta do ônibus você é levado junto e quase não existem expressões como “Vai subir?”, “Dar licença!”... Em Aracaju filas dos usuarios seriam bem vindas.
Do terminal Industrial peguei o terceiro ônibus em direção a Av.Rio de Janeiro que ficava bem próxima dali.A rua para onde iria ficava entre o Supermercado G-Barbosa e a Loja Mistrão, como nem toda rua de Sergipe tem placa e o ponto de referencia que minha mãe deu para chegar na casa de uma tia não estava tão correto andei um bocado em uma rua que nada tinha haver e carregando as tralhas da viagem, meu outro ponto de referencia era uma Loja de matéria de construção e como em Aracaju tem loja de material a cada esquina todo mundo falava que não sabia onde era a tal loja, mas tinha um Material de construção logo a frente e com isso andava cada vez mais, até que o dono de padaria me falou onde a tal loja ficava e assim cheguei ao meu destino, ao ouvir o ar condicionado tive certeza que tinha gente em casa, pois até então não sabia se encontraria alguém, viajar sem avisar pode ter essas coisas, mas “No Mundo de Michael” essas aventuras são o que vale! Comecei a chamar até acordar meu primo à única alma viva na casa e que pela forma como falou comigo tive certeza que o mesmo tinha sido alertado pela minha mãe que eu estava indo para Aracaju e com isso perdi a chance de provocar o primeiro susto com a minha chegada. No passar da manhã nada de especial até que a noticia que estava em Sergipe começou a correr, assim que mandei uma mensagem para minha lista geral de amigos no Orkut em especial aos meus amigos de Sergipe. Combinei com meu primo que todas as ligações conhecidas eu atenderia para dar uns sustos e assim foi:
Triiiiiiiii...
- Alo!?(Meu Primo, passado o tel e dizendo: “É minha mãe”).
- Aló quer falar com quem?(Eu com voz de Adulto).
- Com Ariane.(Minha tia com certa estranheza ao ouvir voz desconhecida!)
- Ela não ta, espera um pouco.
Antes de devolver o tel para meu primo ainda deu para ouvir minha tia comentando com meu tio “Tem um homem lá, não sei quem é!?!?”.
Ao receber o tel meu primo falou quem eu era e me devolveu o tel e com isso voltei a falar com minha tia que estava mais assustada ainda ao saber que eu tinha chegado de repente. RsRsRs...Em seguida uma prima que tinha recebido uma ligação da sua irmã mais velha do interior(Campo do Brito) que recebeu uma ligação da sua mãe(e minha Tia também de Campo do Brito) e ficou sabendo pelo filho(outro primo) assim que ele recebeu um torpedo enviado pelo meu primo sem que eu soube-se.
Assim que a toda essa fofoca chegou até essa prima ela ligou para a casa onde estava para saber se tudo era verdade e logo meu primo a chamo de “fofoqueira”!
Falei com ela que acabou indo passar o Domingo com agente junto com seu filho que até então eu desconhecia e logo o garoto desistiu do seu sonho de ser Bombeiro para ser Fotografo (eu queria ser bombeiro quando tinha uns 5,6 anos) e ao final do dia minha tia lhe deu uma carona até sua casa que ficava no bairro do Sto. Antonio, passamos pela Rua Arnaldo Dantas onde morei alguns anos e vivi vários momentos da minha infância, foi nessa rua que começou a minhas paixões pelo Flamengo/Skate/Rock... Novamente veio a sensação de encolhimento da cidade ao perceber que ruas e avenidas intermináveis nas memórias da minha infância agora eram pequenas, no trajeto avistei uma farmácia e perguntei se o dono ainda era um boiola. Todos no carro responderam:
“Sim, mais alguém deixa de ser boiola!?”.
Na casa da minha prima depois de conhecer o seu marido, percebi que em Sergipe seja lá onde fosse me seria oferecido todo tipo de comida nordestina! OBAAAAA... Notei também o espanto das pessoas em relação ao que oferecer a um vegetariano. Comia cuscus de milho quase todos os dias e adoro cuscus de milho. Antes de ir embora da casa da minha prima combinamos de ir no dia seguite à cidade de Campo do Brito visitar a primarada de Campo do Brito, só pedir que não avisa-se ao povo, pois queria fazer novas supressas. No trajeto de volta passamos pela TV-Atalaia(TV-Record) e pela histórica igreja do Sto-Antonio.
Já era noite quando fomos ao AP de um outro primo dar um novo susto, como o porteiro do condomínio conhece minha tia não fomos anunciados na portaria e entramos direto no prédio, das 5 pessoas no AP apenas 2 me conheciam e desta só minha tia teria chance de me reconhecer logo de cara, pois esteve aqui ano passado, mas ela foi a única que não foi até o olho mágico ver as caretas que fazia diante do olho mágico, quando a porta se abriu dei de cara com a esposa do meu primo e seus filhos, olhei para cozinha notei o espanto do meu primo que ficou resmungando (-“Num tava reconhecendo, não, Num tava reconhecendo não...") e o sorriso da minha tia.
Demos um tempo lá e fomos para casa e com isso fui dormir.
Próximo capitulo Indo para Itabaiana, Campo do Brito...
Namastê
Michael Meneses!