quarta-feira, dezembro 12, 2007

Diário de viagem de um Parayba – Parte 5

Piscina, Cerveja, Shopping e Karne Krua - 23/12/2006

A manhã de natal teve inicio com uma maratona de cerveja na piscina com meu primo Mauricio. A expectativa do dia era o show que a Karne Krua faria a noite em Itaporanga d´Juda.(Cidade nunca antes visitada) num festival de cultura regional. Por volta das 15h fui pela 1ª vez ao Shopping Jardins comprar pilhas recarregáveis para câmera, pois gastava horrores com Alkalinhas. Até ai tudo bem só que resolvi fazer isso direto da piscina. Por isso fui descalçado ao mais luxuoso shopping Sergipano.

Lembro do inicio das obras desse Shopping no final dos anos 80. Assistia da janela do antigo AP do Mauricio. Era um ime
nso terreno com caminhões indo e vindo. Hoje a região é conhecida como Jardins, uma área nobre de Aracaju.

Como tudo em Aracaju é perto, não demorou em chegamos. Perguntei ao meu primo se é permitido fotografa nos shoppings de Aracaju, já q
ue não perderia a chance de posar para fotos naqueles trajes, ele respondeu que não tinha problemas. Tentei agir com naturalidade em relação a ausência de calçados, mesmo porque é nessas horas que TIRO ONDA com quem tem vergonha de VIVER e só paga mico CHAPADO.

Alem de comprar pilhas, ainda aproveitaria para zoar uma prima que trabalha em uma chiquerrima loja de óculos do shopping e que nasceu dias depois que minha irmã. Por conta da função dela a tática da sacanagem era entrar na loja e assim que ela atendeu um casal, fui direto a ela, fingindo ser cliente e...
EU (Com shot de banho, camiseta e de pés descalços) - Boa tarde, vocês fazem limpeza em lente de câmera fotográfica?
Ela (Muito bem vestida socialmente) – Não, não fazemos!
EU – Você conhece alguma loja em Aracaju que fa
ça esse serviço, sou fotografo do Rio e minha lente sujou?
ELA – Não conheço!
Percebi que ela não me reconhecia e dei uma pista.

EU – Mas o seu nome é Ingrid?
Espantada, e depois de alguns segundos a ficha caiu, e Mauricio aparece.
Conversamos rapidamente e vamos embora.


Voltando ao Roler no Shopping!

Queria uma foto que mostrasse a minha presença no shopping, exibindo marcas de lojas ou do próprio shopping e meus pés descalços.
Até posei para uma foto em homenagem a minha ex-namoradinha americana que conheci no show dos Stones em Copa. Mas não conseguia nada que fosse realmente relevante ao fato de está descalço. Vale lembrar que era 23/12, muita gente realizava as ultimas compras do ano e o shopping estava lotado.
Posei para uma foto na Pça de alimentação tendo o logo do shopping em cima da minha cabeça, mas foi quando estava saia do shopping que encontrei ESSA FOTO!
O roler no shopping durou uns 40 min e até ali nenhum segurança tinha censurado as fotos. Mas justamente quando fiz essa foto, foi que um deles veio perguntar por que fotografava. A desculpa do meu primo foi que eu era turista e queria registrar todos os pontos turísticos de Araca
ju (No caso o tapete do shopping), já a minha ética jornalista falou alto e falei que queria eternizar o fato de ir ao shopping com pés descalço pela primeira vez NA VIDA. Fato curioso foi que neste exato momento um membro da comunidade que fiz para o time do Itabaiana/SE no Orkut, me reconheceu, mesmo sem nunca termos nos vistos pessoalmente, ele me reconheceu pelas minhas fotos no Orkut. Tomei conhecimento do fato ao entra no orkut no inicio da noite e ler um scap do cara contando que me viu tirando foto com os pés descalços na porta do shopping.
Voltando para casa, vários muros de condomínios com pinturas e grafites com trabalhos de bom gosto, uma boa iniciativa espalhada por toda cidade.

A Noite da Karne Krua de um Vegetariano

Guardo com muito carinho o único show da Karne Krua que vi em agosto de 1990, no Fest-Rock do Conj. Sol Nascente. Passaram 16 anos e fiquei muito feliz em saber que teria a chance de assistir um show da Karne Krua (Banda mais importante do Rock Sergipano). Depois que sair de Aracaju no fial de 1990, sempre ficava feliz em ver algo sobre a banda em Zines, Revistas, TV, Sites etc... Também me empolgava em encontrar alguém aqui no Rio ou em SP que conhecia o trabalho da banda.
Ciente que o show da Karne seria uma resenha na Rock Press. Encontrei com Aldevan no Bat-Ponto-de-Encontro e fomos até a Pça da Catedral encontrar com o Roberio velho amigo e ex-vocalista da banda Manicômio, banda responsável pelo primeiro show de rock da minha vida, ainda encontramos com Zezinho figuraça das antigas que conheci quando ele trabalhou na Lokal Records(antiga loja do Silvio da Karne Krua).
Seguimos para o município de Itaporanga D´ajuda(Aproximadamente distante 1h de Aracaju) No carro o papo girou sobre a Cena Rock Sergipana de ontem(anos 80) e de hoje (Que dizer, dezembro ultimo), foi inevitáve
l não tocar no falecimento do meu amigo Bruxo, que faleceu no carnaval de 1991, dois meses depois que voltei ao Rio e só assim entendi um pouco como a morte dele decorreu.

Chegando à Itaporanga, procuramos o Centro Cultural Pref. Arnaldo R Garcez
e lá encontramos Silvio e demais músicos da Karne, e todos inconformados com a probabilidade do show não ocorrer, por problemas no som, foi ai que um dos músicos da Karne Krua e funcionário da filiada da TV Globo/SE comentou:
- Vocês têm que ver a bateria da banda que ta tocando agora!
O mesmo olhou para mim e disse:
- Veio, você é fotografo não é? Então você tem que fotografa essa bateria, vamos lá!
Falei alguma coisa em relação ao meu ingresso e ele muito puto com a situação nem se importou
com o fato do Espaço ficar sem o valor de um pagante. RsRsRs...

Entrei em uma grande quadra e encontrei uma banda tocando para NINGUEM além do Tec.do som e uma meia dúzias de pessoas do outro lado da quadra.

A banda foi seria a mais curiosas que já vi, se não existisse Os Legais.
Plagiando o HINO “A Casa” de Vinicius de Morais entenda melhor a banda:

Era uma banda muito engraçada,
Não tinha Baixo não tinha Guitarra,
Ninguém podia sintetizar,
Porque teclado não tinha ali,
Ninguém podia agitar na roda,

Porque publico não tinha ali,
Ninguém podia pedir palheta
Porque palheta não tinha ali,
Apresentava-se muito chapada,

Por conta do Álcool e se chamava Os Merdas

OBS 1: Sim, EU SEI o final ficou PODRE!
OBS 2: Que Vinicius de Morais me Perdoe!

Sua bateria se tratava do CLÁSSICO & LENDARIO modelo feito de lata! Baterias desse tipo viram lendas do tipo: “Banda “X” quando começou, ensaiava com uma bateria de lata”. O nome da banda era Os Merdas. (não confundi com a banda Merda do Espírito Santo). O som da banda fazia justiça ao nome. No repertorio alem de musicas próprias uns covers como; Papai Noel dos Garotos Podres, famosa canção natalina.
Ao final do primeiro “show” de rock que vi em Sergipe em 16 anos(O ultimo foi do BSB-H(DF) no Rock In Bica - III em 22/12/90 na Bica de São Cristóvão). Fui fazer fotos da tal bateria e sem querer, derrubei uma garrafa pet com o que pensei ser “água”, pedir desculpas a um dos músicos que nem deu muita importância. Ao sentir o cheiro do liquido espalhado no chão, virei para o musico e perguntei:
- Cara isso é Alcool?
Sem falar nada o mesmo afirmou sorrindo, balançando a cabeça e dando uma golada!
Os Merdas desmontaram seu “equipamento de palco”, e foi tosco ver
um deles jogando a bateria do alto do palco, só para não descer com todo cuidado pelas escadas, acredito que aquilo tenha no mínimo desafinado o instrumento. RsRsRs...
A próxima apresentação foi de uma banda de Pífanos, enquanto que se estudava a possibilidade da Karne tocar ou não. Do lado de fora o atual publico rock sergipano chegava para o show da Karne nas imediações do ginásio.

Depois de muito stress ficou claro que não haveria show da Karne Krua. Resolvemos voltar para Aracaju para bebemos. Na volta a lamentação do fato de não ter acontecido o show e novamente os papos sobre a cena rock carioca, sergipana, paulista...

Fomos ao Bar Muquifo, conversamos e bebemos por um bom tempo e aos poucos a galera foi partindo só restando Eu, Roberio, Babalu(musico da Karne e de outras bandas de Sergipe), Silvio da Karne Krua e sua esposa, Aldevan e esposa, seguimos para a Pça da Bandeira onde comi O MELHOR QUEIJO QUENTE DA MINHA VIDA.


Fui convidado pelo Silvio e esposa para passar o dia de Natal num sitio na histórica cidade de São Cristóvão (3º cidade do Brasil), mas acabei não indo.

Sempre lamento que fui a Sergipe e não assistir ao show da Karne Krua, em especial pelo fato que dias depois do meu retorno aconteceram dois shows sendo um deles para MILHARES DE PESSOAS na praia no Festival de Verão de Aracaju, mas ao menos os papos com a galera das antigas foram produtivos.
Resta espera por uma volta a Aracaju e/ou pela chance de ver a “Karne Krua em Karne Viva” ou quem sabe que alguém organize um show da banda aqui no Rio. Se não fosse o valor das Passagens já teria agitado isso nos PARAYBA ROCK FEST da vida.

No Próximo Capitulo:
Papo cabeça com Tia Dete na noite de Natal


Namastê!
Michael Meneses!