quarta-feira, outubro 14, 2009

“Dias de Luta”

Existem dias cheios de coincidências na vida das pessoas, no meu caso alguns são sinônimos de fatos marcantes na minha vida. Dias como 12, 13, 29 e 30, não importa o mês, mas estão ligados a fatos extraordinários, loucos ou simplesmente a algo que muitos diriam impossível simplesmente ACONTECE nessas datas. Pois bem, vejamos alguns:

29 – 29/07/1974 – Dia que eu nasci
----- 29/08/1990 – Briga feia com minha mãe para que eu cortasse meu cabelo e parasse com essa coisa de ser um “roqueiro-cabeludo” (Roqueiro, sic)
----- 29/09/1990 – Viagem, Aracaju X Recife para ir ao show da Dorsal Atlântica, banda carioca liderada por Carlos Lopes*. Na época, Lopes era meu ídolo do Rock Brasil, hoje já não é ídolo e sim um amigo o que é bem melhor.
----- 29/12/1990 – Viagem Aracaju X Rio de Janeiro rumo ao Rock in Rio II*


30 – 30/03/1948 – Nascimento do meu pai
----- 30/11/2003 – Início do meu 1º namoro após o fim do meu casamento.
----- 30/11/2008 – Falecimento do meu pai (Esse post está sendo escrito).

12 – 12/10/1980 – Começo a morar em Aracaju/SE
----- 12/10/2003 – Última grande briga com minha ex-esposa


13 – 13/10/1980 – 1º dia de aula em Aracaju e ÚNICO dia no Educandário Branca de Neve.
----- 13/10/2003 – Deixei minha ex-esposa na Rodoviária Novo Rio e volto a pé para minha ex-casa no bairro de Campo Grande percorrendo 42 km da AV.Brasil em 8 horas. A caminhada se tornou a maior terapia da minha vida e até hoje provoca espanto, admiração e sorrisos na fuça de um monte de gente.


13 – 13/10/2009 – Defesa de Monografia


Coincidência ou não, a data acima calhou de ser o dia da defesa da minha monografia, não foi algo programado, apenas aconteceu e somente horas antes associei as datas. Mas vamos à defesa...

Minha monografia teve como tema o estilo jornalístico da ‘Rock Press’. Já tinha em mente os professores da minha banca de avaliação e ambos já tinham topado, mas infelizmente eles não puderam participar por indisponibilidade de tempo e tive que convidar outros dois. Um é fotografo e hoje já não é tão ligado a rock como já foi nos anos 80 e 90, porém ainda escuta um rockzinho amigo. O outro é simplesmente a LENDA VIVA DO ROCK ENTRE OS PROFESSORES. Ele sabe tudo, dos primórdios do rock nos anos 50 até as novidades do atual rock carioca, afinal, mesmo estando perto de completar 60 anos é um EXEMPLO VIVO de que não se deve acreditar que o ROCK ACABOU COM O FIM DO LED ZEPPELIN. Tal professor freqüenta até hoje o Bar Heavy Duty, um tradicional point na Rua Ceará, quase vizinho do Garage e não muito longe do acesso à Vila Mimosa.

Mesmo usando o “Plano B” para compor a banca, algo acabou sendo satisfatório: um dos professores do “Plano A” fez questão de presenciar o momento em que a banca fez a avaliação da minha pesquisa e chegou ao denominador comum, ou seja, minha nota. Parecia que aquele momento tinha um peso tão importante para alguns professores quanto para mim.

Acreditava que a apresentação da monografia seria moleza, que o difícil seria a PORRA DO DESENSENVOLVIMENTO DOS CONCEITOS TEÓRICOS. Mas “ENFIM” essa minha crença foi uma doce ilusão e eu fiquei bem nervoso na apresentação, em especial com a presença de um professor que se ofereceu para acompanhar, mas que até foi útil. PORÉM, mesmo com minha timidez e até sofrendo uma pequena dor de barriga minutos antes da apresentação fui muito seguro em meus argumentos quando questionado pela banca.

Um prof. questionou como AUSÊNCIA INCONTESTÁVEL o fato de não haver citações ao ENORME DJ “BIG BOY” (Para o “BIG” toda redundância é pouca).
Respondi que na primeira versão da mono existiu um capítulo inteiro sobre a irreverência do rock nas rádios do Brasil e tanto o GIGANTE “BIG BOY”, a Fluminense-FM e até mesmo a Rádio Cidade tiveram espaço no capítulo deletado (já existiu inteligencia na Rádio Cidade. “Ô Rádio Cidade, volte a ser Dance”!) A cobrança do Prof. mostrou que eu estava certo na primeira mono.

Finalizada a apresentação e questionamentos, sai de sala e vieram os minutos intermináveis de espera. Aguardei no corredor enquanto era avaliado. Andei de um lado por outro do corredor, até ser chamado para o veredicto:
“ A banca Classificou o trabalho como oportuno e bla, bla, bla...”
Nota:
8,5
Rio de Janeiro – 13 de Outubro de 2009

Da onde nasci até onde mais vivi!

Apresentada a nota, não saí soltando fogos, chutando baldes, dando a bunda pra geral. Não saí abraçando e tirando fotos com professores, foram os mestres é que vieram me cumprimentar e espalhar a noticia pelo campus: “Esse é o nosso mais novo formando, rsrs...” também não saí enchendo a cara. Contudo, almoçei no rodízio de pizza, pois me sentia LITERALMENTE LEVE.
Uma coisa já tinha decidido: no dia da defesa da monografia voltaria pra casa a pé, o que não sabia é que seria num dia 13 e muito menos que estaria no bairro de Irajá onde nasci.
Fui a Irajá tomar açaí com uma “Paulistana de Aracaju” e ao lembra da caminhada pensei: “Caramba, vou voltar pra casa caminhando do bairro que nasci até o bairro onde mais vivi, e o curioso justamente no dia que se completou seis anos que caminhei 42 km na Av. Brasil”.


Saí de Irajá pouco antes das 22 hs e cheguei em Marechal Hermes às 23:20 hs. Andei por algumas das principiais ruas e avenidas da Zona Norte, o tempo total foi de 1h 25 minutos, e assim comemorei minha conclusão de monografia. E o que faz essa comemoração especial? SIMPLES, a certeza que continuarei buscando o diferencial que me faz ser quem gosto de ser. Sei que as pessoas me vem como um chato, radical, teimoso e um paraÍba (nesse caso com a letra I). Mas na verdade tento ser apenas um persistente, engraçado, autentico...

* Hoje qualquer “dimenor” faz viagem interestadual sem stress, mas até o inicio dos anos 90 menores de 18 anos só viajava com autorização dos pais junto ao juizado de menores.

Em Tempo: Próxima semana tem post sobre a viagem a Aracaju/SE em 2006/07. Estou perto de finalizar toda a história.

Trilha sonora do post: Irá! "Dias de Luta"

Só depois de muito tempo
Fui entender aquele homem
Eu queria ouvir muito
Mas ele me disse pouco...

Quando se sabe ouvir
Não precisam muitas palavras
Muito tempo eu levei
Prá entender que nada sei
Que nada sei!...

Só depois de muito tempo
Comecei a entender
Como será meu futuro
Como será o seu...

Se meu filho nem nasceu
Eu ainda sou o filho
Se hoje canto essa canção
O que cantarei depois?
Cantar depois!...

Se sou eu ainda jovem
Passando por cima de tudo
Se hoje canto essa canção
O que cantarei depois?...

Só depois de muito tempo
Comecei a refletir
Nos meus dias de paz
Nos meus dias de luta...

Se sou eu ainda jovem
Passando por cima de tudo
Se hoje canto essa canção
O que cantarei depois?...(2x)

Cantar depois!...

Namastê
Michael “mais Gonzo ainda” Meneses!